A ORDENAÇÃO E MINISTÉRIO DA PRA. ERIDINAIDE CUNHA

 À propósito da carta publicada no texto O Alto Preço de se Ordenar Mulheres ao Pastorado

 (http://pastorazenilda.blogspot.com/2009/10/o-alto-preco-de-se-ordenar-mulheres-ao.html)

o Pr. Francisco Dias, IB Campo Grande, Recife, PE,  escreveu-me esse email que compartilho, ainda a respeito da ordenação da Pra. Eridinaide Cunha, a primeira pastora da Convenção de Pernambuco. Ele descreve um pouco mais as consequências no ministério daqueles que tiveram a coragem de ordenar pastoras. Glória a Deus pela vida dele e de talvez mais de mil pastores pelo Brasil (se considerarmos que é necessário pelo menos sete pastores para ordenação e são mais de 100 pastoras já ordenadas).
Após o texto do Pr. Francisco Dias, publico também dois relatos: um do Pr. Zaqueu Moreira de Oliveira, também a respeito da ordenação da referida pastora e o outro do Pr. Alfrêdo de Oliveira, da PIB de Mirueira, PE, e professor do STBNB, a respeito do ministério da pastora Eridinaide.

"Sinceramente, não sei como a carta que enviei para a CBB foi publicada no site do projetoamor e a querida Pastora também teve acesso, uma  vez que resolvi, ao longo de todos esses anos, manter silêncio face a tudo o que aconteceu com minha vida e ministério, depois que ordenei a primeira Pastora Batista no Estado de Pernambuco.

Até hoje, sofro na pele a discriminação, o desrespeito e a falta de amor de inúmeros pastores que, até dias antes de ordenarmos a Pra. Eridinaide Cunha para nos substituir à frente da Primeira Igreja Batista de Fernando de Noronha, eram meus 'amigos', depois, alguns deles, institucionalmente, passaram a ser meus mais terríveis algozes. 

Após anos de solidão e reclusão, vivenciei vários momentos que, se não fosse a Igreja que pastoreio há dezoito anos, não sei o que teria sido de minha vida ministerial. Já que, por tudo o que aconteceu, em muitos momentos, deixei-me ser tocado pela raiva e mágoa humana, acabei ficando frio em várias áreas e  em alguns momentos, chorei amargamente e também fiz o meu Deus chorar. Tudo isso por uma simples questão: falta de amor por parte de vários colegas de ministério que colocam a Instituição, muitas vezes, acima dos laços de amor e sentimento cristão. 

Mas hoje, restaurado pela Soberana Graça de Deus, continuo fazendo a Obra que o Senhor me delegou. Porém, infelizmente, sem muito envolvimento denominacional, embora não tenha saído de minha denominação que amo desde minha tenra infância.

Porém, hoje, como Pastor e Psicólogo, tenho os pés no chão e a consciência de que abrir caminhos e ser pioneiro em algumas questões na área teológica requer um preço muito, muito, muito alto e não é fácil. Não é fácil conviver com a dureza desse lugar. 

Contudo, uma coisa eu tenho certeza: se eu tivesse que repetir tudo de novo, repetiria. Repetiria sabendo que não trabalhamos para homens, mas para Deus e que, para ELE, o SENHOR, homens e mulheres são bênçãos em suas mãos. 

Mesmo sem concordar com o que os receptores de meu e-mail fizeram ao publicá-lo para terceiros, alegrei-me com a querida irmã e por suas simples e verdadeiras palavras.

Que Deus a abençoe em seu ministério, juntamente com seu esposo e família e que nunca deixem de orar por mim e por minha família".

PIB de Fernando de Noronha

RELATO DO PR. ZAQUEU MOREIRA DE OLIVEIRA 
(Site do Pr. Zaqueu)

Cara Pastora Zenilda:

Apesar de meus 51 anos de ministério e 18 livros publicados, não sou da elite denominacional, e nem mesmo sei se estou incluído entre líderes, mas as pastoras sempre estiveram na minha pauta e tenho sido abençoado ao ouvir e ver belas canções entoadas e escritas para o louvor de Deus.
Estou feliz em ter recebido no final da semana passada um distinto convite do presidente da Seccional da Ordem em Pernambuco, para retornar ao seu quadro. Quando ainda era reitor do STBNB, recebi uma convocação para participar de um concílio, que foi convocado seguindo todas as normas de acordo com os princípios batistas, e lá fui o examinador. Pelo fato da candidata ser uma mulher (Eridinaide, de Fernando de Noronha), fui humilhado, inclusive convocado pela Comissão de Ética da Seccional, como se eu tivesse cometido um delito ou um crime. Os pormenores da falta de ética da Diretoria e da tal Comissão não vou relatar aqui. Solicitei a minha saída da Seccional, mas não fui atendido. Temeroso de novas atitudes repletas de falsidade, pedi filiação à Seccional da Paraíba, da qual sou membro hoje. Estou orando sobre o convite feito, e se for a vontade do Senhor estarei ainda este ano retornando ao quadro pernambucano. Que Deus abençoe a irmã e a todas as pastoras do Brasil. 

RELATO DO PR. ALFRÊDO A RESPEITO DA PRA. ERIDINAIDE
(Blog do Pr. Alfrêdo)

"Ela era seminarista, quando o marido engenheiro foi trabalhar em Fernando de Noronha, e ela viajava entre o continente e a ilha o tempo todo, e enquanto estava lá ajudava na Igreja, enquanto estava aqui trabalhava pela Igreja. O marido (que é filho, sobrinho e primo de pastores) é um engenheiro bem sucedido, o filho mais velho foi meu seminarista e hoje é Pastor da Igreja Batista Imperial, o segundo filho é formado em Administração, mas entrou pro Seminário este ano.

Aquela igreja, salvo engano, nunca teve Pastor residente, e aqueles que chegaram a "assumir o pastorado" ali, costumavam ter intervalos longos entre uma visita e outra (1, 1 e 1/2, 2 anos entre uma visita e outra). Aquela igreja estava efetivamente sem pastoreio, e então aquela Igreja decidiu conciliá-la e empossá-la como sua Pastora.

O ambiente é globalizado e difícil, mas o Ministério dela é reconhecido como referência até pelas autoridades locais".
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, mai10, http://pastorazenilda.blogspot.com/)