BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
As opiniões deste blog refletem a minha visão e não, necessariamente, a de outras pastoras da CBB.
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quinta-feira, 26 de maio de 2022

É PRECISO RESOLVER A FILIAÇÃO DAS PASTORAS!

 Depois da decisão da OPBB de janeiro de 2014, que deu o parecer que as pastoras seriam filiadas nas seções que assim decidissem, se passaram oito anos nos quais a Ordem nacional continuou "lavando as mãos". Desde então, somente nove seções da Ordem, de 33, filiam pastoras: Carioca, Cibuc-Ceará, Fluminense, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul e  Sergipe. 

Restam 24 seções da OPBB que, votando ou não, decidiram não filiar as suas iguais, mulheres chamadas por Deus para o ministério pastoral. Somos mais de 500 e cerca de 130 pastoras são filiadas. Quando essa injustiça e discriminação será resolvida?

É lamentável que a OPBB "nacional" não se sinta responsável por mudar esse quadro, compactuando com a injustiça. Os líderes dizem: “Olha, são somente nove seções que filiam e então não podemos fazer nada”, usando isso como justificativa para não encontrarem uma solução para a filiação de todas as pastoras que assim desejarem. Deveriam dizer: “temos ainda 24 outras seções que precisam respeitar as decisões das igrejas, concordando com elas ou não. Vamos trabalhar com essas seções, com seus lideres, e resolver a filiação das pastoras.”

Tendo essa omissão da OPBB "nacional", as seções descansam na injustiça dizendo que já decidiram no passado. Não se sentem responsáveis para mudar essa decisão injusta.

E a liderança nacional da CBB e o Conselho da CBB também se acomodam. Parece que invisibilizar as pastoras é a solução.

Vamos refletir logicamente: a OPBB é um órgão auxiliar da CBB e, portanto, deveria se alinhar às decisões de quem está acima. Porém, no Estatuto da CBB vigente,  há uma grande contradição, muito conveniente:

O artigo 12 registra que a Assembleia Geral da OPBB é o seu  poder supremo

- O artigo 33 registra que a OPBB é organização auxiliar da CBB e respeitará a letra e o espírito do estatuto da CBB e as diretrizes gerais etc...

Sendo assim, é necessário definir qual é o poder maior na OPBB: a assembleia da OPBB ou a CBB. Se a CBB reiterou que são as igrejas que decidem se consagram ou não pastores e  pastoras, todas as pastoras deveriam ter a prerrogativa de se filiarem, caso desejassem.  Mas não é assim.

Esse posicionamento ambíguo da OPBB gera um outro problema: no imaginário geral dos pastores, a Ordem é um "clube" do qual só podem participar filiados e não um órgão auxiliar, como a UFMBB, Associação dos Músicos e etc, aos quais as pessoas se integram voluntariamente desde que exerçam funções compatíveis com essas organizações. 

Por se verem como um "clube" do qual participam os "sócios" as pastoras são proibidas na maioria das seções e subseções de participarem de reuniões, congressos, retiros e outros eventos que também cooperariam para o ministério que desempenham. Se alguma pastora "ousa" se fazer presente, é ignorada solenemente. E isso ajuda a construir a invisibilidade das pastoras. "Elas não existem. Não precisamos nos preocupar com elas". 

Qualquer tribunal daria ganho às pastoras porque no final de tudo é discriminação! Acredito que os pastores se prevalecem na certeza de que as pastoras não irão para a justiça comum.  

A nossa justiça deve ser maior do que aquela que é feita pelo judiciário conf. Mateus 5.20


(As opiniões deste artigo não representam, necessariamente, o pensamento de outras pastoras)

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