BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
As opiniões deste blog refletem a minha visão e não, necessariamente, a de outras pastoras da CBB.
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

PASTORAS E OS OBSTÁCULOS A SEREM VENCIDOS


“Porém nós (mulheres) que estamos rodeadas de uma tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos... corramos...a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).

Enquanto estava ouvindo as respostas da Rachel de Oliveira Ayres aos examinadores do seu concílio, no sábado dia 13 de setembro de 2008, muitos pensamentos passavam pela minha mente. Naquele momento, algo tão simples e grandioso, ao mesmo tempo, acontecia.

Um grupo de pastores, nove, mais duas pastoras, eu e a Maria Elena, participávamos do concílio de uma pastora! O ambiente, os pastores, a igreja, as pessoas que preparavam o almoço ou acompanhavam o concílio, pareciam algo tão simples que em nada mostravam a singularidade daquele momento. Aquele concílio era o símbolo de muitas barreiras que estão sendo rompidas pelas mulheres chamadas por Deus.

A primeira delas é a barreira interna, pessoal de cada uma. Não é fácil para uma mulher, com vivência em igrejas, cujas lideranças são absolutamente masculinas, romper os modelos e aceitar para si mesmas a vocação pastoral. Enquanto a Rachel falava das muitas provas que havia pedido a Deus para ter certeza que ele a chamava, refletia que tanto para ela, quanto para nós, é preciso que Deus fale, fale de novo, volte a falar, fale novamente para que aceitemos a vocação. Acredito que a maioria de nós é vencida por esse amor de Deus que não desiste de nós.

Outra é a barreira é a que a própria igreja precisa vencer. Como uma igreja, seja de poucos ou muitos anos de organizada, vence todo um contexto social, pressões, teologia machista e aceita ordenar uma pastora? No que tenho observado, esse fato acontece como resultado de anos de trabalho de uma mulher vocacionada. Depois que ela prova que é chamada, que sabe trabalhar, que Deus usa a sua vida, então a igreja é “vencida” em suas resistências.

O pastor ou pastores, participantes desse processo, também precisam vencer barreiras. Aquelas de suas crenças habituais, confortáveis, como também as das instituições a que estão de alguma forma ligados. É preciso muita humildade e justiça para reconsiderar seus valores e conduzir uma mulher em um processo de reconhecimento de sua vocação pastoral.

Romper barreiras com as próprias mulheres, muitas vezes, também tem sido necessário, e talvez este seja um dos obstáculos mais doloridos de enfrentar. Porque vem de alguém igual, do mesmo gênero, e por isso mesmo mais difícil de vencer. Mulheres que incorporaram os valores masculinos, esquecendo de si mesmas e que têm dificuldade de aceitar uma outra maneira de ser mulher, respaldada pela Palavra. Mas, contraditoriamente, passada a surpresa, há uma alegria de cumplicidade e valor partilhado, que dá sustentação ao ministério.

Barreiras também precisam ser vencidas para se dar visibilidade a uma pastora. O convite para um concílio, para uma ordenação, sua presença em reunião de pastores ou assembléias de vários níveis denominacionais, muitas vezes causam resistência, jocosidades e desprezo mesmo. Mas é preciso, é necessário, para que as pessoas vejam que as pastoras existem, que já são uma realidade impossível de ignorar.

Também pensei nas barreiras vencidas pelas mulheres que nos antecederam, mulheres que no decorrer da história tiveram a ousadia, a coragem de romper com tradições escravizantes, cerceadoras, e se dispuseram a sair do comodismo e não somente lutar para exercer suas vocações e profissões, como também desbravar o caminho para outras mulheres. Mulheres que lutaram, muitas vezes anonimamente; mulheres que em lugares estratégicos têm dignificado o papel da mulher no ministério, ainda que sem título de pastoras, mas que, mesmo assim, mostram o valor e a capacidade dadas por Deus à mulher. Mulheres que saíram do nosso convívio denominacional , porque o compromisso com Deus era maior do que com os homens, e hoje exercem o ministério pastoral em outros lugares do Reino.
Somos herdeiras de um legado sem preço na história.

Mas de todas as barreiras, a mais importante foi vencida por Jesus, a quem servimos. Ele falava com as mulheres, discutia teologia, curava-as no sábado sagrado, comissionava-as e as deixava participar do seu ministério. Esse Salvador maravilhoso, que tratava as mulheres com igualdade, que foi capaz de atender o chamado de duas irmãs, Marta e Maria; que atravessou o seu país porque uma mulher estrangeira precisava de libertação para a sua filha; que não teve constrangimento em se deixar ser tocado ou tocar mulheres e curá-las. Esse Jesus poderoso que deu a vida por todos nós, homens e mulheres, e nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, fazendo-nos transpor a maior de todas as barreiras.

Ainda temos muitos obstáculos a serem vencidos, mas participamos dessa corrida de fé. O bastão está conosco. Que o Senhor nos ajude a cumprir nossa carreira com ousadia e coragem, deixando um caminho digno a ser percorrido por aquelas que virão depois de nós.

7 comentários:

  1. Pastora Zenilda,
    Se o ministério que vocês estão exercendo é de Deus, vai encontrar barreiras sim.
    Creio que os homens colocam obstáculos em tudo, falo no sentido genérico da palavra. Mas, quando temos consciência do que estamos fazendo, vamos em frente.
    Que Deus abençoe esta iniciativa da irmã, não estarei em Brasilia, mas estarei orando para que a vontade de Deus seja feita. Abraços

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  2. amiga, seja pastora somente de mulheres. quem escreve isso é uma pessoa que nao te conhece e é mulher. Que Deus a abençõe!

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  3. Va em frente amada Zenilda, "porque atras vem gente" permita-lhe chamá-la pelo nome nao pelo titulo, porque pastora (pelo pouco que te conheço) ; VOCE SEMPRE FOI!!!! o Cleverson tem razão, seu ministerio é de Deus?? então sempre terá reações contrarias. Mas Gloria a Deus por isso, porque assim voce fica mais forte!!!!! Ha muitos que se "incomodam", com o pastorado feminino, somente porque "conhecem" suas proprias "deficiencias pastorais".
    Oramos por vc e tambem por todas, que sao chamadas e estao ativas.

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  4. Querida eu sei o que sente poi vivo nesta realidade.Deus te abençoe. Que saudades. Pastora poderia agendar um encontro com as pastoras? em teresina de preferencia?
    No amor de Cristo Pastora Tânia Sobreira.

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  5. Olá Pra. Tania querida
    Vamos ter o próximo Encontro de Pastoras em Niterói, no período da Assembléia da Convenção. Por enquanto, não podemos fazer em Teresina. Conto com a sua presença no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011.
    Um abraço.

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  6. ACHEI SEU BLOG POR ACASO, E FIQUEI FELIZ AO LER CADA PALAVRA ESCRITA NELE. SOU EVANGÉLICA DESDE CRIANÇA. MINHA MÃE NÃO CONCORDA QUE UMA MULHER POSSA SER PASTORA,E COMO CONHECE A BÍBLIA MAIS DO QUE EU, SEMPRE FALA QUE NÃO EXISTE NENHUMA MENÇÃO SOBRE PASTORA. MAS MESMO ASSIM DEUS CHAMA "ALGUÉM" PARA PASTOREAR INDEPENDENTE DE SEXO. SOMOS O REBANHO DE CRISTO E SE EXISTE PASTOREADO FEMININO,ACREDITO QUE DEUS PERMITIU..., CASO CONTRÁRIO NÃO ACONTECERIA, - NEM UM FIO DA CABEÇA CAI SEM O NOSSO PAI QUERER...- ENTÃO VAMOS ADIANTE ATÉ ONDE DEUS QUISER.
    ASS...ELZA BALTER...GUARAPARI-ES

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  7. Deus chamou muler para ser Juiza
    Deus chamou Mulher para ser Rainha
    Deus não chamou mulher para ser profeta;
    Jesus não chamou mulher para ser discipulo (12 homens) embora lemos nas penas de Myrtes Matias e outros poetas que Jesus valorizou as mulheres;
    Jesus não chamou mulher para ser Apóstolo
    Logo
    o que vemos na igreja odierna quanto a ordenação de mulheres é nada mais nada menos do que um modismo
    Onde a desobediência impera,
    e o desejo de "Usurpar" ser o que
    Deus não orientou que seja "tal como o diálogo da serpente com Eva" (Gn 3:4-6)

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