BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

HOMEM E MULHER - IGUALDADE E DIVERSIDADE


* Pr. Fernando Cintra

No caso das relações de gênero, o princípio da igualdade se concretiza exatamente para romper com a subordinação que existia antes entre homens e mulheres. Com isso, entretanto, não pretendo apregoar uma posição totalmente uniforme, na qual se rompam todas as diferenças e se chegue a uma massa completamente homogênea. Pelo contrário, é muito importante manter a diversidade, ou seja, que homens e mulheres se reconheçam como tais. Então não me acho igual, sem diferenças, em relação a minha esposa e nem ela a mim.

O grande desafio é manter essa tensão entre a igualdade e a diversidade. E é esse exatamente o dilema: lutar pela igualdade com as mulheres ou reivindicar a diferença como homens? Talvez, mais do que dizer “ou”, a gente teria que dizer “e”; quer dizer, ao mesmo tempo lutar pela igualdade e reivindicar a diferença. É uma luta bastante complicada, ainda mais quando se pensa no ministério pastoral. Joan Scott, uma estudiosa do tema de gênero, diz o seguinte: “Na medida em que homens e mulheres são iguais enquanto seres humanos e diferentes quanto aos sexos, não se pode optar exclusivamente e de uma vez por todas, pela igualdade ou pela diferença”.

Nesse sentido é que a gente descobre um conceito muito rico que é o conceito de eqüidade, que quer dizer exatamente isso: manter a igualdade na diferença ou manter a diversidade na igualdade.Falar de eqüidade de gênero implica afirmar a igualdade de direitos e oportunidades. O que significa isso? Retomamos aqui a dificuldade de conseguir viver bem essa tensão entre igualdade / diversidade, quando temos papéis de gênero muito diferenciados: homens que só fazem uma coisa e mulheres outra. A imagem, por exemplo, da mulher que não entende de carro e do homem que não entende de cozinha, da mulher que tem que aparentar fraqueza e do homem que tem que aparentar fortaleza. Do homem que sabe e tem condições para pastorear e a mulher apenas para liderar organizações e alguns ministérios.

A imagem desta polaridade entre homens e mulheres, com papéis muito definidos, pode ser sintetizada através da separação entre as duas esferas, do público e do privado, em que o homem estaria no mundo público e a mulher no mundo privado. Neste processo, será que poderíamos dizer que ele se completaria quando homens e mulheres participassem integralmente de ambas as esferas? Essa igualdade de oportunidades poderia significar uma dissolução das diferenças? Aqui, mais uma vez, vejo o risco de continuarmos a pensar na esfera pública com um modelo patriarcal: isto significaria que, para a mulher entrar no mundo público, o mundo dos homens, ela teria que se masculinizar? É aí que realmente deve-se descobrir esse equilíbrio, mantendo a própria identidade.

Acredito que uma mulher pode ser pastora, tal como um homem pode ser pastor, pela igualdade no público e no privado, que é biblicamente e sociologicamente viável , e construir conquista de cidadania, mas sou bem esclarecido que esta igualdade sempre terá que lidar com a diversidade de gênero.

* Pastor da Igreja Batista Esperança, Taguatinga, DF  - www.batistaesperanca.com  http://fernandocintra.blogspot.com/)

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