BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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sábado, 11 de abril de 2009

AS PASTORAS E O DIÁLOGO COM A OPBB E A DENOMINAÇÃO

*Pr. Fernando Cintra

Quando trabalhamos com questões polêmicas, como o pastorado feminino, há alguns aspectos interessantes. Um deles é que sempre há vozes que preferem atalhos do que uma conciliação. É até perfeitamente fácil de se entender. Mas não devemos ouvi-las sem se ponderar as conseqüências ao longo dos tempos. Acredito que as pastoras estão querendo dar uma oportunidade valiosa de união a nossa Denominação através de um dos seus órgãos assessores, OPBB, antes de ‘profeticamente’ se tomar uma atitude radical criando a sua própria Ordem ou uma outra Ordem de Pastores.
Repito o que estou afirmando em vários dos meus artigos a esse respeito: o primeiro passo sempre é o da busca por diálogo e aceitação – união, que usando de uma definição matemática da teoria de conjunto, se lê como: em relação a dois ou mais conjuntos sendo o conjunto dos elementos que pertencem a pelo menos um destes conjuntos. No caso em questão, a união está no fato simples da legitimação da vocação de Deus dada ao homens e mulheres unindo-os num grêmio pastoral, o resto não precisa fazer parte do conjunto.
Realmente, tenho que concordar que a expressão ditadura não é o melhor termo para o regime de governo da OPBB porque, por definição, ditadura é um regime político em que o governante (ou grupo governante) não responde à lei, e/ou não tem legitimidade conferida pela escolha popular e em essência a OPBB é um governo democrático, já que é exercido com o consentimento dos governados. Agora, acredito que por alguns personagens lendários de nossa Ordem e por muitos membros da mesma, há uma espécie de ação ou governo, como queiram, totalitário que por definição é aquele que exerce influência sobre aspectos da vida dos governados. Quero lembrar o que a Bíblia já nos diz: “Muitos se deixam acomodar pelos favores do príncipe, e cada um é amigo daquele que dá presentes”(Pv.19.10). Não são todos que querem pagar o preço de se manterem firmes na visão de Deus como o apóstolo Paulo se manteve diante do rei Agripa. O que tenho visto na luta das pastoras, a começar pela minha esposa, é que elas estão tentando um caminho de paz, bíblico para a união, apesar das afrontas, das tentativas de barganhas e da hipocrisia de líderes que na frente delas falam que apóiam e por trás estão bloqueando o processo de aceitação, de gente que poderia levantar esta bandeira, por que afinal não é uma bandeira das mulheres, mas de todos nós, e que por covardia não fazem absolutamente nada – que o Senhor tenha compaixão destes!
O que penso é que sendo um governo ou outro, político ou não, o segredo ainda está em pessoas que realmente tomam iniciativas não para preservar seus lugares na denominação, mas que lutam pela justiça de Deus.
Creio que Deus está fazendo uma obra (aqui não quero espiritualizar o processo, se bem que isso faz parte da vida cristã e não estaria absolutamente errado se assim procedesse).
Acredito e oro para que:
1. A direção executiva ou a presidência da OPBB busque junto das representantes das pastoras uma reunião para iniciar o diálogo, apesar de toda pressão contrária dentro da própria OPBB, sem ter que esperar elas tomarem esta iniciativa;
2. O Conselho de nossa CBB busque contato para o mesmo objetivo, afinal a questão em pauta não é somente de âmbito da Ordem, mas sim de toda a denominação;
3. Deus conduza a União Feminina Missionária do Brasil para entrar nesta luta, já que as pastoras estão em seu âmbito de ação porque, antes de mais nada, são mulheres batistas;
4. As juntas missionárias comecem um processo de conscientização sobre o papel das pastoras nos campos de missões. Acho interessante que para ser um missionário de carreira, em nossa denominação, precisa ser um pastor, o que não acontece com as missionárias;
5. Que os nossos seminários tenham disciplinas sobre gênero e ministério feminino e os assuntos sejam trabalhados através de simpósios e outros espaços interdisciplinares;
6. A literatura da denominação tenha também a colaboração de pastoras, que sejam identificadas como tais, e também trabalhem questões de gênero;
7. Deus continue chamando centenas e centenas de mulheres ao redor do Brasil, das mais diferentes condições sociais e eclesiásticas;
8. As ações políticas dêem lugar a ações orientadas pelo Espírito Santo e as estratégias humanas sejam regadas pela ação do amor e justiça divina.
Soli Deo Gloria
* Pr. Fernando é pastor titular da IBAC - Igreja Batista Curuçá, Santo André, SP. www.ibacnaweb.com
e http://fernandocintra.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Pr. Fernando como sempre usado por Deus como um oases no deseto.Que o Espirito Santo levante discipulos que acredita no chamado feminino ao ministério pastoral. Pastor Fernando e todos quantos tiverem acesso a este comentario, eu sou uma mulher pastora por receber do Espirito Santo o dom de pastorear. no amor de Cristo Prª Tânia Sobreira

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