BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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sábado, 8 de agosto de 2009

LÍDERES BATISTAS ENFRENTAM O DESAFIO DO PAPEL DAS MULHERES

Algumas pastoras da CBB,
no I Encontro de Pastoras em Brasília,
janeiro de 2009

Pela primeira vez em décadas a Convenção Batista do Sul está perdendo membros. O ex-presidente Jimmy Carter deixou-a há nove anos. Recentemente Carter escreveu no Observer, de Londres, que uma das principais razões por que deixou a denominação foi o tratamento que ela dá as mulheres. A Convenção Batista do Sul afirma que as mulheres não podem assumir posições de liderança sobre os homens. E agora alguns batistas dizem que esta decisão está contribuindo para os problemas da Convenção.

Interpretando a Palavra de Deus

Há poucos anos atrás, quando Julie Pennington Russell chegou para o seu primeiro domingo na Igreja Batista do Calvário, em Waco, Texas, foi saudada por uma multidão de manifestantes. “Eu estava andando pela calçada com meu filho Taylor, na época com sete anos, e de repente ele apertou minha mão, puxou-me para si e perguntou: “Mamãe, quem é Jezabel e por que estão chamando você disso?”, disse Russell.

Os manifestantes eram de outras igrejas batistas que desaprovavam o convite feito a uma mulher pela Igreja Batista do Calvário para ser sua pastora titular. As igrejas batistas são independentes e podem empregar quem elas quiserem, mas se elegem uma mulher, correm o risco de serem desligadas da Convenção.

Richard Land, um alto executivo da SBC, diz que a razão é simples. “Cremos que a Bíblia ensina que, embora tanto os homens como as mulheres sejam dotados para o serviço na igreja, o ofício de pastor é limitado aos homens qualificados pelas Escrituras”, disse Land. Ele está se referindo às cartas do apóstolo Paulo no Novo Testamento, nas quais Paulo disse que as mulheres não deveriam ter autoridade sobre o homem na igreja e no lar. Os batistas reafirmaram este ensino no ano 2000.

Mas Wade Burleson, pastor de uma mega-igreja em Enid, Oklahoma, pertencente aos batistas do Sul, diz que os líderes laboraram em erro. “Infelizmente, estão interpretando mal a Palavra de Deus, e as consequências dessa má interpretação são enormes”, disse Burleson. Ele disse que Jesus tratou as mulheres como iguais, e se os batistas do Sul ignorarem seu exemplo, a denominação murchará. E crê que há um movimento silencioso e subterrâneo dentro da Convenção no sentido de repensar o papel das mulheres.

O caso Klouda

Land diz que Burleson está sonhando; os batistas do Sul estão unidos nessa questão. Das suas 44 mil igrejas, menos de 100 têm mulheres como líderes. Land admite que a denominação tem visto seus números caírem nos últimos anos, mas mudar o rumo para a esquerda não é a solução. “Essas pessoas que estão dizendo: ‘Precisamos ser mais abertos, mais suscetíveis a pontos de vista divergentes’, são iguais as que levaram as denominações de primeira linha as portas da morte”, disse Land.

De fato, há algumas evidências de uma rigidez conservadora. Veja-se o caso de Sheri Klouda, que lecionava Hebraico no Seminário Batista do Sudoeste, em Fort Worth. Tudo ia bem até que Paige Patterson, ex-presidente da denominação, assumiu a direção do seminário. “Disse-me que eu não seria considerada para a função porque eu era uma mulher, e ele cria que mulheres não devem ensinar teologia a homens”, disse Klouda. Ela encontrou trabalho numa Universidade não-batista. Entrementes, o seminário desenvolveu uma nova linha de ensino para as seminaristas, que inclui formação em economia doméstica e escolarização doméstica.

Um debate contínuo

Albert Mohler, presidente do Seminário Batista do Sul, em Louisville, Kentucky, reconhece que a denominação está indo contra a cultura. “Afinal, não estou tão temeroso de que os tempos nos julguem, quanto estou certo de que Deus nos julgará, e espero com todo o meu coração que ele encontrará nossa igreja fiel à sua Palavra”, disse Mohler.

Todavia, Burleson espera que os dias de tratamento díspar estejam contados. “Como batista não sou de apostar, mas se o fosse, apostaria dinheiro que daqui há 50 anos os batistas do Sul olharão as mulheres e seu papel da maneira que olhamos agora a escravidão”, disse Burleson.

N.T.: Julie Pennington Russell, 48 anos, é, desde meados de 2007, pastora titular da PIB de Decatur, Geórgia, uma igreja com 2.700 membros. Sheri Klouda moveu uma ação judicial contra o Seminário do Sudoeste, mas perdeu-a. O seu caso provocou muita discussão na mídia.


Esse é um texto de www.baptiststoday.org, traduzido e enviado a mim pelo Pr. Sylvio Macri, colaborador de OJB, pastor da IB Central de Oswaldo Cruz, formado também em Ciências Sociais. Ele fez um comentário posterior que achei muito interessante: "O envio desse texto visou provocar reflexão. Veja bem: a SBC tem 44 mil igrejas, seis vezes mais que a CBB. Land diz lá há menos de 100 mulheres “líderes” (a palavra em inglês é essa – “leaders”. Portanto ficamos sem saber se todas são pastoras; há uma certa ambigüidade, pois poderia incluir também diaconisas). Eles têm 20 milhões de membros, pelo menos treze vezes mais que a CBB. Aqui temos, creio, em torno de umas cem pastoras e não apenas líderes (nossos dados são imprecisos; os americanos são melhores nisso do que nós). Seria importante ter uma idéia de quantas diaconisas temos na CBB (Na igreja que pastoreio, elas são maioria – 75% do corpo diaconal). Por outro lado, Burleson diz que apostaria que daqui há 50 anos os batistas do Sul não terão mais nenhum preconceito quanto à liderança das mulheres, e faz comparação com a posição deles no passado com respeito à escravidão. Com certeza está se referindo ao fato de que, no século dezenove, os batistas americanos dividiram-se em duas convenções por causa da posição em relação à escravidão dos negros (os do Norte eram contra, os do Sul defendiam-na). Aliás foi nos estados do Sul que as leis de discriminação racial permaneceram até os anos 1960, quando Martin Luther King conseguiu derrotá-las. Lá, no Sul – no chamado Cinturão da Bíblia (“Bible Belt”) - a mudança social é mais lenta, por isso Burleson fala em 50 anos, mas creio que este prazo será bem mais curto. E no Brasil será mais curto ainda."

2 comentários:

  1. A paz
    Amei o seu blog, é muito interessante, e gostaria muito de segui-lo... se possivel visite o meu tambem...
    Deus é Maravilhosoe todos nós somosseus filhos...
    Kata

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  2. A paz, irmã Zenilda!

    Outro dia vi o link do seu blog e vim conhecer. Parabéns pelo excelente trabalho virtual. Hoje me tornei seu seguidor. Aproveitando, quero convidar-lhe para conhecer o Genizah um blog de apologética cristã, notícias e humor. Contamos com um time de editores e colaboradores diversificado e inteligente.

    Esperamos você por lá e, se gostar, acompanha a gente!

    Um abração, do seu mais novo leitor,

    Danilo Fernandes

    www.genizahvirtual.com

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