No dia 21 de janeiro de 2010, durante a Assembléia da OPBB em Cuiabá, MT, o plenário decidiu, por 146 contra 97 votos, a renovação da filiação das pastoras aceitas pelas seções estaduais/regionais até janeiro de 2007. Naquele ano, na Assembléia da OPBB em Florianópolis, SC, decidiu-se por uma diferença, segundo me consta, de 31 votos, a não aceitação do ingresso de pastoras. Àquela altura, as seções do Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraiba, Paraná e, não tenho certeza, de Alagoas e talvez de outras seções, tinham recebido pastoras e expedido a carteira da Ordem. A filiação delas foi revogada automaticamente pela decisão de 2007 e não puderam renovar suas carteiras. A situação para as pastoras ficou ainda mais complicada quando a emissão passou a ser, a partir de 2008, somente pela OPBB nacional, que ainda proibiu as seções estaduais/regionais de participarem do concílio de novas pastoras.
Segundo a OPBB, somente agora uma seção, a do Paraná, consultou oficialmente a respeito de como ficaria a situação das pastoras já filiadas, ainda que as pastoras da Paraiba, Santa Catarina e Ceará digam que a Ordem foi consultada.
À propósito do Paraná , o Conselho da Ordem decidiu, não sei em que data, talvez em novembro de 2009, a continuar não renovando a filiação daquelas pastoras já aceitas.
A informação chegou por intermédio da Pra. Diana Flávia Cavalcanti,executiva da OPBB da Paraiba (!), uma seção muito atuante quanto às pastoras e que já tem sete ou oito pastoras filiadas. Resolvi escrever a respeito do assunto no meu blog e fazer uma chamada no twitter.
Um dia antes da Assembléia da OPBB, o Pr. Edvar Gimenes de Oliveira leu a chamada no twitter e o texto no blog. Na assembléia, a decisão do Conselho não saiu nem no relatório do Executivo apresentado no dia 20. Foi só mencionada. Foi então que o Pr. Edvar pediu esclarecimentos à mesa, naquele momento presidida pelo Pr. Roberto Silvado, e foi orientado a encaminhar um requerimento para a comissão de assuntos eventuais. Ele contestou dizendo que a discussão teria que vir junto com os outros assuntos mencionados pelo executivo, que não constavam no relatório do livro da Assembléia e o plenário havia decidido discutir em outro momento. Mesmo assim, a mesa insistiu na mesma orientação.
Conversamos com o Pr. Edvar, que nos informou que faria o requerimento para que o assunto viesse para o plenário. Na manhã do dia seguinte conseguiu as devidas assinaturas. Já eram cerca de duas horas da tarde do dia 21 e ele não conseguia entregar o requerimento porque não localizávamos nenhum componente da comissão. As pastoras presentes na Assembléia, Marli Terezinha Mette, Diana Flávia e Zenilda Cintra começaram a orar e procurar alguém da comissão. Enfim, o Pr. Edvar conseguiu entregar para o Pr. Rene Toledo, de MG. A partir dai houve uma movimentação muito grande do executivo, presidente, comissão, assessoria jurídica etc.
Quando o Pr. Julio de Oliveira Sanches foi dar o parecer quase não acreditávamos. Ele foi claro e isento, amparando-se na orientação da assessoria jurídica. Creio que esta foi a grande contribuição do Pr. Isaias Lins, na hora certa, pontuando que a desfiliação das pastoras era inconstitucional já que era um direito adquirido e as decisões não podiam ser retroativas. O fato do Pr. Julio ser o relator também contou bastante porque todos sabem que ele não daria um parecer inconsequente.
Começou então a discussão do assunto, com esclarecimentos da mesa, na hora presidida pelo Pr. Orivaldo Pimentel Lopes que, segundo o entendimento do Pr. Edvar estava sugestionando o plenário a votar contrário ao parecer. O Pr. Edvar chegou a solicitar ao presidente que deixasse a direção da mesa por não estar isento, no que não foi atendido. Um pastor de Pernambuco fez a proposta do assunto ficar sobre a mesa que foi votada imediatamente não alcançando o número de votos necessário, graças a Deus. O assunto voltou a discussão e após vários pastores falarem, grande parte deles favoráveis, e destaca-se aqui a participação dos pastores de Paraiba e do Paraná, o Pr. Edvar propôs o encerramento da discussão e a votação imediata, aprovado pelo plenário. No momento da votação, os pastores Socrates de Oliveira e Josué Melo Salgado, respectivamente diretor geral e presidente da CBB, se fizeram presentes e votaram favoravelmente à renovação da filiação das pastoras.
Foi um momento de muita emoção quando soubemos o resultado. Choro, abraços e logo nos lembramos do Vital Sousa Neto, do Informativo Batista, porque gostaríamos que ele estivesse lá para participar desse momento tão especial já que tem ajudado muito a causa das pastoras.
A partir de agora é de suma importância que as pastoras peçam a renovação de suas carteiras pela Ordem. Nas próximas assembléias elas terão voz e voto.
Penso que os próximos passos deverão ser:
- Certificar-nos de que a OPBB não irá dificultar a regularização da filiação das pastoras aceitas até 2007 e que sejam os mesmos critérios exigidos dos pastores.
- Lutarmos para que todas as pastoras ordenadas até 2007 sejam filiadas à Ordem, ainda que na ocasião não tenham solicitado suas carteiras devido às dificuldades enfrentadas nas diversas seções;
- Lutarmos para que todas as pastoras sejam aceitas pela Ordem e que, uma vez aceitas, cada processo seja examinado com algumas condições básicas, como preparo, ordenação por uma igreja local e alguns outros itens. As condições exigidas hoje só sejam obrigatórias a partir dos concílios realizados após a data futura de aceitação das pastoras.
Essa decisão de Cuiabá foi uma etapa muito importante nesse momento e vamos continuar trabalhando com esperança.
Minha gratidão a todos que fazem parte dessa história, que já vem de longa data, da qual eu sou apenas uma participante. Glória a Deus eternamente.
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