BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AS PASTORAS E A SUPOSTA UNIDADE

Nada pode ameaçar a unidade batista. Esse é o discurso recorrente quando se trata do reconhecimento das pastoras e a inscrição delas na OPBB. Não se pode "magoar" os pastores que não aceitam pastoras. E o fantasma da divisão? Ele é sempre invocado quando se trata das pastoras. A atitude da vez é ignorá-las, conversar e refletir sobre pastorado feminino como se as pastoras não existissem e não tivessem que participar da mesa do diálogo.
Os grandes senhores, mandatários dessa denominação, têm pastoras em suas igrejas, ainda que não ordenadas, mas com ações pastorais (para que uma mulher iria querer o reconhecimento?), e elas,  por sua vez, submetem-se a essa espera indefinida, porque do contrário, para onde iriam? Que caminhos teriam para o ministério?
A grande manobra da vez é, para não ter que serem acusados de machistas, valorizarem as mulheres "leigas", enquanto o "clero" masculino jamais abre mão para mensagens de homens "leigos". Nada de mais. Acho que o chamado "leigo", homens e mulheres,  deve fazer parte do total das nossas instruções e mensagens, mas por que só "leigas" mulheres?
É interessante que acham que qualquer lider mulher da nossa denominação pode substituir a ação de uma pastora. No entanto, jamais acham que um homem leigo substitui um pastor.
E a tal unidade? Na reunião da CBB em Foz, aconteceram várias coisas que não são unanimidade em nossa denominação e causam muita polêmica. Para mim, tudo que aconteceu foi excelente e inspirador, mas ninguém pensou na unidade naqueles momentos.
O único assunto que ameaça a unidade são as pastoras e por isso são encaradas com falta de respeito e ética cristãs?
Qualquer seminarista, de maneira geral, se acha melhor que uma pastora de anos de ministério.
Qualquer homem é ordenado antes mesmo de concluir o Seminário e há pastoras com mais de seis anos de ministério reconhecido que não consegue um pastor que queira assumir sua ordenação.
Qualquer seminarista, ainda que sem igreja, pode ter sua inscrição na OPBB e o reconhecimento de suas igrejas. No entanto, qualquer um acha-se no direito de ofender e humilhar qualquer pastora pelo fato de elas não serem aceitas na Ordem e a CBB não ter uma divulgação clara e ampla de seu posicionamento em relação ãs pastoras.
Qualquer homem e pastor dessa denominação acha que pode indicar o caminho das pastoras. No entanto, as pastoras não são chamadas ao diálogo.
Que denominação é essa? Que integridade é essa? Que valorização da Palavra é essa?
A atitude com as pastoras não é valorização do princípio da unidade, mas da tradição, do machismo, da supremacia masculina e do orgulho arraigado no coração que prefere valorizar o poder ao invés das pessoas.

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