BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

10 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA DECISÃO DA FILIAÇÃO DAS PASTORAS EM JOÃO PESSOA, PB.

No dia 22 de janeiro de 2014, os pastores e pastoras filiados à OPBB decidiram, por 246 votos contra 196, aprovar o seguinte parecer:

PARECER DO CONSELHO DA ORDEM DOS PASTORES BATISTAS DO BRASIL

O Conselho da Ordem dos Pastores do Brasil traz o seguinte parecer quanto à filiação de pastoras:


A) que cada seção decida em Assembléia específica, com escrutínio secreto, devidamente convocada para esse fim, se aceita ou não pastoras em seu quadro.
B) no caso de aceitação, que se obedeça aos preceitos estatutários concernentes a filiação estabelecidas no estatuto e no regimento interno da OPBB.



Faço agora algumas considerações a respeito dessa aprovação:


1) Havia um grupo que queria rejeitar esse Parecer e aprovar a filiação das pastoras definitivamente. Então, não ficou muito claro se uma parte dos votos contrários foram mesmo uma rejeição às pastoras ou ao Parecer;
2) Devido à movimentação dos anti-pastoras nos dias que antecederam a assembleia e uma certa mobilização de grupos contrários para que se rejeitasse a filiação das pastoras, houve momentos muito tensos, devidamente conduzidos com firmeza pelo presidente da OPBB, Pr. Estevam Fernandes, que dirigiu com todo o discernimento e sabedoria a reunião;

3) Não era realmente a decisão que as pastoras esperavam, a que se aprovasse definitivamente a filiação, mas não sei se haveria outro caminho. Pelo menos agora, cada sessão se responsabilizará pelas decisões que tomar;


4) Deveria ter vindo claro no Parecer o enunciado de que "a OPBB aprova a filiação de pastoras", o que ficou implícito, mas não escrito no Parecer;


5) Também não veio no Parecer o prazo que as seções têm para fazerem suas assembleias específicas para esta decisão. Então, caso isso não aconteça este ano, o prazo deverá ser decidido no Conselho ou na Assembleia em Gramado, RS, em 2015, o que atrasaria mais um ano;


6) Há vozes aqui e ali falando sobre rompimento. Nós, as pastoras, queremos caminhar junto com a denominação e por isso esperamos quase 15 anos, sem romper, apesar das lamentáveis assembleias que retardaram a inclusão das pastoras. Entendemos que a decisão de João Pessoa não é a ideal e que quando pensamos que a batalha iria chegar ao final, ela apenas recomeçou nas sessões, infelizmente. Mas estamos dispostas a continuar. Por que então um grupo quer romper por ter perdido na votação democrática?


7) Essa decisão não teria sido necessária se em 2008, em São Luiz, MA, a OPBB não tivesse tomado a decisão de proibir as sessões de receberem pastoras. Se isso não tivesse acontecido, cada estado/região poderia ter feito isso de acordo com o seu amadurecimento. Infelizmente, os líderes de então quiseram colocar um ponto final na ordenação de pastoras, mas não conseguiram, graças a Deus. No entanto, atrasaram esse processo por seis anos. Fico chocada como alguns lideres da OPBB de então ainda tratam com tanto desprezo as pastoras (Veja Desprezo);


8) É impressionante, a não ser pelo fato da OPBB ter na sua diretoria uma pastora, a completa indiferença à presença de pastoras, inclusive as filiadas, nas reuniões e também na CBB! Digo principalmente a expressão "pastora" porque temos várias delas trabalhando em áreas da CBB. Por que não são chamadas de pastoras? 


9) Com esta decisão, e outras que se seguirão, nenhuma igreja será obrigada a ter uma pastora, se não quiser (digo igreja e não alguns pastores que estão arrogantemente declarando que na sua igreja jamais terá uma pastora. A igreja é soberana em suas decisões). Mas todos devemos respeitar o fato de uma igreja querer ordenar ou ter uma pastora na sua liderança ou equipe pastoral e, principalmente, respeitar as mulheres chamadas por Deus para o ministério pastoral.


10) Enquanto muitos rejeitam as pastoras porque não aceitam a autoridade espiritual de mulheres sobre eles, boa parte da recepção da 94a. Assembleia da CBB estava nas mãos da Pra. Liane Nepomuceno, pastora auxiliar na PIB de João Pessoa, portanto integrante da equipe ministerial do Pr. Estevam Fernandes. Então todos nós estávamos sob a autoridade dela também. Coisas de Deus.



Um comentário:

  1. Isso me faz lembrar quando os discípulos eram impedidos de pregarem o evangelho, e tinham que sair fugidos para outros lugares para darem prosseguimento a obra do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
    Meu marido e eu temos semeado em meio as lágrimas e o não do ímpio não nos dói tanto, mas de irmãos em Cristo se assim posso chamá-los, é uma dor que não está somente a 15 anos atrás, mas há muito tempo no coração de mulheres e de homens que amam levar as boas novas e gostariam de liberdade, para exercer o ofício que não lhes foram dados por homens, mas por Deus.
    Me lembro de John Bunyan que não pode pregar por que era leigo e ficou 12 anos preso e sem falar que escreveu o Peregrino considerado uma das mais conhecidas alegorias já escritas.
    Fico triste por haver barreiras no meio dos cristãos. Entretanto todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus.

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