BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

MAIS 15 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA FILIAÇÃO DAS PASTORAS E DA ÉTICA DAS DISCUSSÕES




SOBRE AS DECISÕES 94ª ASSEMBLÉIA DA OPBB EM JOÃO PESSOA

*Pr. Paulo Saraiva (publicado com permissão)

1.  É importante que se diga que,  até que se prove ao contrário,  não há entre nós pastores batistas e principalmente entre os pastores que há tempos tem servido nos cargos de responsabilidade da convenção, qualquer pastor que tenha assumido ou que possa ser “rotulado” de liberal teologicamente falando;

2. A OPBB em sua Assembléia não deliberou tornar obrigatório a ordenação feminina, apenas compartilhou a responsabilidade com as seções estaduais;

3. Os pastores que participaram da Assembléia da OPBB em João Pessoa e que aprovaram a aceitação são formados nos nossos seminários batistas ou em seminários recomendados pelas nossas igrejas, foram submetidos a concílios, alguns extremamente criteriosos, e não podem ser acusados de despreparados em relação ao uso do texto sagrado, não pode haver duvidas sobre a capacidade deles de interpretação, nem do zelo pelas igrejas locais que pastoreiam, algumas destas verdadeiros exemplos para todos nos pastores;

4. A escolha em favor da aceitação da ordenação feminina não é de cunho sociológico, filosófico ou segue alguma orientação politicamente correta, é estritamente HERMENÊUTICA, os pastores que votaram a favor têm respostas para cada texto apresentando contra a ordenação feminina;

5. A discussão não deve ser conduzida para o lado pessoal ou que insinue apostasia deliberada, mas no sentido de se perguntar: Qual é a chave HERMENEUTICA adotada e qual método a ser usado;

6. Os argumentos de que quase 500 pastores é uma amostragem pequena e que João Pessoa é longe demais são fracos, tendo em vista que em uma nação de 200 milhões de pessoas, decisões muito mais sérias são delegadas a este numero de homens, poucos deles com o caráter dos nossos pastores. Falo do Brasil e do Congresso Nacional. Sim, João Pessoa é longe, mas as outras 93 Assembléias foram realizadas onde? O fato de se fazer em lugares longínquos, de difícil acesso,  sempre foi um obstáculo para nós pastores, e antes maior, tendo em vista a dificuldade de deslocamento e falta de renda dos nossos pioneiros, ou seja, sempre se soube que a 94a. Assembléia apresentaria esta dificuldade;

7. Expor nossos pastores em rede social usando expressões como hereges, liberais ou insinuando que estejam relativizando ou transigindo com movimento feminista ou homossexual é injusto e antiético e dá um péssimo exemplo as nossas ovelhas. Todos os pastores, até onde sei,  nestes fóruns de debate pagam o preço por suas ovelhas e se sujeitam privações por conta do compromisso do ministério. Soa prepotente qualquer colega se apresentar como vitima, ou remanescente fiel bem como defensor ÚNICOS da “reta doutrina”;

8. A atitude de forma pública de expor as diferenças e de forma tão exacerbado ensina o quê as nossas ovelhas? Que elas podem rebelar-se em relação as decisões tomadas nas assembléias soberanas de nossas comunidade locais? Oferece que mensagem àqueles que há tempo tem assumido a postura de “donos” em nossas igrejas? O que ensinamos aos nosso membros? Que podem usar as rede sociais para insinuar apostasia das igrejas quando eles são voto vencido? A prudência nas nossas falas é o melhor remédio;


9. Aqueles que discordam tem a possibilidade de na 95ª Assembléia se fazer representar e ouvir e, em fórum apropriado,  reverter a decisão tomada agora;


10.  Não: assembleia alguma, ou concilio, ou votação estão acima do texto bíblico, contudo eles, desde os tempos dos apóstolos, passando por toda a história da igreja, inclusive a nossa, têm servido para escolher qual a melhor, mais ampla e mais lúcida interpretação do texto sagrado e, neste sentido, votações são aceitas;


11. É inaceitável que se compare a Convenção Batista Brasileira do século XXI com a Igreja Catolica Romana da época de Lutero. Quem faz isto ou faz por ignorância histórica, e logo deve procurar os nossos ótimos centros de ensino para uma reciclagem, ou o faz por desonestidade intelectual, o que demandará um reencontro com a cruz de Cristo, que não tolera nenhum tipo de desonestidade;
12. Claro que os pastores que se sentirem ofendidos em relação as decisões tomadas em JP sempre terão a oportunidade de se desfiliarem da OPBB ou CBB. Não será a primeira nem a última vez que isto acontecerá na nossa denominação, contudo devem estar atentos quanto às igrejas que pastoreiam porque em situações como essas os estatutos costumam prever a atitude a ser tomada;
13. Acredito que a comissão de ética da OPBB/SP saberá que postura assumir sobre os uso dos veículos da OPBB/SP ou da Convenção nas redes sociais para organizar entidades alternativa ou concorrentes;
14. É importante que saibamos que a santidade não coexiste sem a ética e a tolerância, não adianta insistir; 
15. Irmãos, nós batistas somos conhecidos pelo regime congregacional que abraçamos. Este regime é caro, cobra de nós alteridade, humildade e vigilância em relação a qualquer postura oportunista.
Que AQUELE que serviu como chave hermenêutica para compreensão do texto sagrado e que, por isso,  tornou-se alvo das estruturas religiosas áridas da época, continue nos ensinando a sermos longânimos.


* Paulo Saraiva, Pastor OPBB/SP 3038, Mestre em Ciências da Religião, Bacharel em Teologia FTBSP, Licenciado em Física pela USP e Lavador dos pés daqueles que ELE ama.

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