SOBRE AS DECISÕES 94ª ASSEMBLÉIA DA OPBB EM JOÃO PESSOA
*Pr. Paulo Saraiva (publicado com permissão)
1. É importante que se diga que, até que se prove ao contrário, não há entre nós
pastores batistas e principalmente entre os pastores que há tempos tem servido
nos cargos de responsabilidade da convenção, qualquer pastor que tenha assumido
ou que possa ser “rotulado” de liberal teologicamente falando;
2. A OPBB em sua Assembléia não deliberou
tornar obrigatório a ordenação feminina, apenas compartilhou a responsabilidade
com as seções estaduais;
3. Os pastores que participaram da
Assembléia da OPBB em João Pessoa e que aprovaram a aceitação são formados nos nossos
seminários batistas ou em seminários recomendados pelas nossas igrejas, foram
submetidos a concílios, alguns extremamente criteriosos, e não podem ser acusados
de despreparados em relação ao uso do texto sagrado, não pode haver duvidas
sobre a capacidade deles de interpretação, nem do zelo pelas igrejas locais que
pastoreiam, algumas destas verdadeiros exemplos para todos nos pastores;
4. A escolha em favor da aceitação da
ordenação feminina não é de cunho sociológico, filosófico ou segue alguma
orientação politicamente correta, é estritamente HERMENÊUTICA, os pastores que
votaram a favor têm respostas para
cada texto apresentando contra a ordenação feminina;
5. A discussão não deve ser conduzida para o
lado pessoal ou que insinue apostasia deliberada, mas no sentido de se perguntar:
Qual é a chave HERMENEUTICA adotada e qual método a ser usado;
6. Os argumentos de que quase 500 pastores é
uma amostragem pequena e que João Pessoa é longe demais são fracos, tendo em
vista que em uma nação de 200 milhões de pessoas, decisões muito mais sérias
são delegadas a este numero de homens, poucos deles com o caráter dos nossos
pastores. Falo do Brasil e do Congresso Nacional. Sim, João Pessoa é longe, mas
as outras 93 Assembléias foram realizadas onde? O fato de se fazer em lugares
longínquos, de difícil acesso, sempre foi um obstáculo para nós pastores, e antes
maior, tendo em vista a dificuldade de deslocamento e falta de renda dos nossos
pioneiros, ou seja, sempre se soube que a 94a. Assembléia apresentaria esta
dificuldade;
7. Expor nossos pastores em rede social
usando expressões como hereges, liberais ou insinuando que estejam
relativizando ou transigindo com movimento feminista ou homossexual é injusto e antiético e dá um péssimo exemplo as nossas ovelhas. Todos os pastores, até onde
sei, nestes fóruns de debate pagam o preço por suas ovelhas e se sujeitam
privações por conta do compromisso do ministério. Soa prepotente qualquer
colega se apresentar como vitima, ou remanescente fiel bem como defensor ÚNICOS
da “reta doutrina”;
8. A atitude de forma pública de expor as
diferenças e de forma tão exacerbado ensina o quê as nossas ovelhas? Que elas
podem rebelar-se em relação as decisões tomadas nas assembléias soberanas de
nossas comunidade locais? Oferece que mensagem àqueles que há tempo tem assumido a
postura de “donos” em nossas igrejas? O que ensinamos aos
nosso membros? Que podem usar as rede sociais para insinuar apostasia das
igrejas quando eles são voto vencido? A prudência nas nossas falas é o melhor
remédio;
9. Aqueles que discordam tem a possibilidade de na 95ª Assembléia se fazer representar e ouvir e, em fórum apropriado, reverter a decisão tomada agora;
9. Aqueles que discordam tem a possibilidade de na 95ª Assembléia se fazer representar e ouvir e, em fórum apropriado, reverter a decisão tomada agora;
10. Não: assembleia alguma, ou concilio, ou votação estão acima do texto bíblico, contudo eles, desde os tempos dos apóstolos, passando por toda a história da igreja, inclusive a nossa, têm servido para escolher qual a melhor, mais ampla e mais lúcida interpretação do texto sagrado e, neste sentido, votações são aceitas;
11. É inaceitável que se compare a Convenção Batista Brasileira do século XXI com a Igreja Catolica Romana da época de Lutero. Quem faz isto ou faz por ignorância histórica, e logo deve procurar os nossos ótimos centros de ensino para uma reciclagem, ou o faz por desonestidade intelectual, o que demandará um reencontro com a cruz de Cristo, que não tolera nenhum tipo de desonestidade;
12. Claro que os pastores que se sentirem
ofendidos em relação as decisões tomadas em JP sempre terão a oportunidade de
se desfiliarem da OPBB ou CBB. Não será a primeira nem a última vez que isto acontecerá na
nossa denominação, contudo devem estar atentos quanto às igrejas que
pastoreiam porque em situações como essas os estatutos costumam prever a atitude a ser
tomada;
13. Acredito que a comissão de ética da
OPBB/SP saberá que postura assumir sobre os uso dos veículos da OPBB/SP ou da
Convenção nas redes sociais para organizar entidades alternativa ou
concorrentes;
14. É importante que saibamos que a
santidade não coexiste sem a ética e a tolerância, não adianta insistir;
15.
Irmãos, nós batistas somos conhecidos pelo regime congregacional que abraçamos.
Este regime é caro, cobra de nós alteridade, humildade e vigilância em relação
a qualquer postura oportunista.
Que
AQUELE que serviu como chave hermenêutica para compreensão do texto sagrado e
que, por isso, tornou-se alvo das estruturas religiosas áridas da época, continue
nos ensinando a sermos longânimos.
* Paulo Saraiva, Pastor OPBB/SP 3038, Mestre em Ciências da Religião, Bacharel em Teologia FTBSP, Licenciado em Física pela USP e Lavador dos pés daqueles que ELE ama.
* Paulo Saraiva, Pastor OPBB/SP 3038, Mestre em Ciências da Religião, Bacharel em Teologia FTBSP, Licenciado em Física pela USP e Lavador dos pés daqueles que ELE ama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário