BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
As opiniões deste blog refletem a minha visão e não, necessariamente, a de outras pastoras da CBB.
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

MINHA ESPOSA PASTORA E NOSSA CAMINHADA JUNTOS

*Pr. Fernando de Oliveira Cintra

Eu e minha esposa, Pra. Zenilda Reggiani Cintra,  temos sido acusados de várias coisas. Algumas no campo intelectual, o que se é de esperar, mas outras no campo pessoal, o que só mostra a pobreza de alguns líderes em lidar com opiniões divergentes das suas. Não fomos convidados ao longo da luta por quase ninguém para pregarmos, lecionarmos, por isso somos eternamente agradecidos por amigos que, mesmo nos conhecendo e a nossa luta, nunca deixaram de nos convidar para realizar a obra do Mestre.


Quero dizer que nunca tive problema de ter a pra. Zenilda como minha companheira ministerial. Somos um casal como qualquer outro. Lutamos pelas nossas vontades, realizações e abrimos mão de tudo o que nos possa afastar um do outro. Os dois possuem personalidades fortes e dois sabem ser submissos na hora que precisam ser e de usar de autoridade também. Isto, pela graça de Deus somente, nos tem dado 26 anos de vida conjugal.


Quando resolvi casar, já tinha terminado o seminário, orei e pedi a Deus uma mulher vocacionada que estivesse ao meu lado no ministério e ele me deu. Junto com ela veio sua vocação fruto do seu chamado: ser pastora. O que fazer? Eu mesmo nunca tinha pensado sobre pastoras na vida, mas aceitei a possibilidade de ler as Escrituras sem reservas e de uma maneira honesta. Também fui fazer o meu doutorado e descobrir lá que havia várias pastoras de várias denominações sérias. Eu me lembro que fiquei perplexo quando alguém chamou: "pastor", e todos os pastores homens olharam para a pessoa e as pastoras também! Que coisa! Realizei várias viagens ministrando palestra por lugares diversos no mundo vendo homens e mulheres como pastoras. Bem, o que descobri foi um Deus que está chamando pessoas independente do sexo, é claro que dentro do padrão homem e mulher. Pessoas e não mulheres ou homens, e aí comecei a aceitar o seu dom.


Mas o que fazer frente a uma denominação que não aceitava pastora? Romper com ela? Nunca, amo ser batista e a minha esposa também. Esperamos, esperamos, esperamos.... A igreja local a recomendou como pastora local e atual também e esperamos...não queríamos conflitos com a denominação. Isto, no entanto, não significou que ficamos parados. Ela, através do dom da escrita, foi escrevendo sobre o papel da mulher e de uma pastora, ao tempo que na igreja ela demonstrava o seu dom. Eu, mais quieto, para não ser acusado de ser o esposo da pastora e legislar em causa própria, fui monitorando tudo, apoiando-a e escrevendo alguns artigos que julgava ser importantes e até me afastei um pouco da denominação onde sempre fui muito atuante, ocupando vários cargos para não entrar em conflitos. Não acredito que a verdade deva levar à guerra, mas a sermos pacificadores. Então quando fui acusado por alguém em um destes e-mails de ser um pastor que em Brasilia não vai em muitas reuniões da Ordem ou que não escreve muito, tem razão. Fiz isso por bem da nossa denominação, mas quero deixar claro também que estou novo em Brasília e o meu foco é e precisava ser a igreja que tanto amo, Igreja Batista Esperança.

Bem, agora chegamos nesta Convenção de João Pessoa e temos o resultado da OPBB o que nos trouxe muita alegria, não porque poderíamos com isto termos o gosto da vitória, mas porque a decisão é fruto de uma longa caminhada que permitirá que outras "Zenildas" vocacionadas não sofram como a ví sofrer por querer fazer a vontade de Deus e não poder pela historicidade denominacional.

Tenho ouvido de que ela não precisa de título para trabalhar na causa. Realmente títulos são problemas muitas vezes, mas são bíblicos, porque em certa medida denotam para as pessoas o que Deus quer fazer através de outras. Agora se eu tenho o título de pastor porque sou pastor, por que ela ou elas não podem ter? Sabe, gosto de chamar a "Zenilda" de minha esposa, minha amada, amor da minha vida, mas gosto de chamá-la de pastora. Sabem por que? Porque todas as vezes que a chamo assim diante da congregação eu me lembro daquela oração que fiz quando ainda seminarista: "Senhor, dá-me uma mulher vocacionada". E isto revitaliza a minha vida.

Quando vejo tantos comentários contrários ao pastorado feminino fico pensando o que Deus pode fazer com a família destes. Deus pode chamar uma das netas, filhas, bisnetas que a partir de agora poderão com mais tranquilidade caminharem em suas vocações.



* Casados em 28 de maio de 1988.

2 comentários:

  1. Eita homem apaixonado... Queridos não permitam que calunias e difamações possam perturbar quem vocês são em Cristo e saibam que todo desbravador sofre mesmo.. só as gerações futuras lembrarão e saberão a importância de sua luta... um abraço

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