*Pr. Fernando de Oliveira Cintra
Inclusão significa trazer para dentro, tomar parte de. O antônimo é exclusão.
E inclusão é exatamente o que Deus fez no passado, faz no presente e deseja continuar a realizar no futuro. Pedro teve que aprender a lição de casa dada por Deus. Os pastores que são contra as mulheres como pastoras também precisam aprender.
Em sua defesa, perante a igreja em Jerusalém narrada em Atos 11: 1-18, ele conta o que aconteceu quando foi orar na cidade de Jope. Ele ouviu uma voz que dizia: “Levanta-te, Pedro, mata e come”. Ao que respondeu: “De modo nenhum, Senhor, pois nunca em minha boca entrou coisa alguma comum ou imunda”. E continuou... “Mas a voz respondeu-me do céu segunda vez: Não chames tu comum ao que Deus purificou”. Por três vezes isso aconteceu. A salvação entrou na casa de Cornélio e a conclusão de Pedro aos líderes da igreja foi: “Se Deus lhes deu o mesmo dom que dera também a nós, ao crermos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu, para que pudesse resistir a Deus?”
Fico completamente extasiado com o fato de Deus trabalhar insistentemente com Pedro para que entendesse que ele é o Senhor e faz as coisas do jeito que ele quer, sem precisar se explicar ou decretar um mandamento para isso.
Tenho lido diversos artigos que expressam a contrariedade do pastorado ao gênero feminino e quase sempre todos batem na mesma tecla de que a liderança pastoral da igreja do primeiro século era do gênero masculino e por isso não há base para o pastorado feminino. (Esses escritores erram, pois basta uma leitura cuidadosa das diversas perícopes neo-testamentárias para perceber o DNA feminino em toda estrutura de organização eclesiológica presente no inicio da formação da igreja de Cristo).
Mas vamos dizer que eles estivessem com a razão e não houvesse nem sequer um exemplo de liderança pastoral feminina em toda a Bíblia? Isso seria a base da argumentação para que hoje não pudesse se ter mulheres pastoras nas igrejas? Creio que não.
Temos visto mulheres se levantarem já há algum tempo e liderarem com destreza o povo de Deus com o dom e ministério pastoral e a pergunta que temos que fazer é a mesma que Pedro fez no passado: Se Deus chamou “algo estranho” para realizar a sua obra, quem somos nós para resistir a Deus?
O fato é que ‘elas’ estão sendo a nós apresentadas e muitos têm considerado “coisa imunda”, sendo contrário a ‘lei de Deus’, e o que fazemos mediante a isso? Precisaremos de quantas conversões de inclusão em nossas vidas e teologias para perceber o mover de Deus na história do seu Reino na face da terra?
Se não ouvirmos a voz de Deus estaremos em pecado. Resistir a Deus é pecado. Faço minhas palavras as de Thomas Watson, quando disse “Existe mais mal em uma gota de pecado do que em um mar de aflição”.
Portanto, vamos refletir no que Deus está fazendo, chamando mulheres para o ministério pastoral, e tomar uma atitude de obediência não considerando como pecado o que Deus já santificou por meio da sua graça.
* Pastor da Igreja Batista Esperança, Taguatinga, DF. Doutor em Crescimento de Igrejas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário