BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

OPBB EXCLUI PASTORAS JÁ INSCRITAS




Apesar das pastoras, hoje 102, estarem dispostas a dialogar e evitando confrontos maiores, a OPBB não tem aberto o espaço para diálogo e revogado direitos e progressos já acontecidos nesses 10 anos de ordenação de mulheres ao ministério pastoral. A última decisão do Conselho da Ordem, agora em novembro de 2009, foi não permitir a renovação das carteiras das pastoras já inscritas. A decisão como resposta à consulta da seção do Paraná:

"SOLICITAÇÃO DA SEÇÃO PARANAENSE – Mediante o pedido da Seção Paranaense que a OPBB oriente qual o procedimento da mesma em relação a pastoras que foram aceitas na Seção antes da definição na Assembléia em Florianópolis/2007, contrária à filiação de pastoras, é aprovado com 13 votos favoráveis e 02 votos contrários que se envie correspondência a Seção Paranaense ressaltando o respeito a estas amadas irmãs, entretanto enfatizando que este Conselho, pela decisão de Florianópolis, este Conselho está impedido de autorizar a emissão das carteiras destas irmãs."
Uma pastora escreveu: "A secção paranaense também pediu a emissão de carteiras para leigos (?). Esse pedido vai ser analisado pela Comissão Jurídica. Um leigo pode ter carteira (pelo menos se estuda o caso, visto não ter sido descartado de cara)... mas uma mulher não!!".

A OPBB alega que foi um erro as seções terem recebido as pastoras anteriormente à decisão em Florianópolis, em janeiro de 2007, que votou em nível nacional não aceitar o ingresso de mulheres. Um erro? Não. O erro foi a Ordem ter centralizado a emissão de carteiras que, por mais que digam que não, além de gerar recursos para a OPBB "nacional" cerceou o crescimento da ordenação de pastoras.  A OPBB andou na contramão. Como harmonizar um pais continental como o nosso? A aceitação pelas seções era o caminho mais justo e harmonioso de trabalhar com as pastoras, uma vez que cada seção aceitava ou não de acordo com a conscientização regional/estadual e cada pastora lutava na sua região/estado.

As pastoras são tratadas com total indiferença pela direção e conselho da OPBB atual. Agem como se as pastoras não existissem. Não abrem nenhum caminho para diálogo, para conhecerem as pastoras, para trabalhar um caminho viável com as seções que hoje têm pastoras inscritas. Como, depois de 10 anos? Até quando vão fazer de conta que as pastoras não existem? Como ficam as pastoras? Precisamos da carteira porque elas legitimam em diversas ocasiões a nossa filiação a uma Ordem ou Conselho, provando que realmente somos pastoras. Diante das igrejas representa a aceitação da CBB de mulheres no ministério pastoral. Não é assim, porque a própria igreja é que legitima quando ordena. No entanto, para grande parte das igrejas, a aceitação na OPBB é a chancela de que a pessoa é idônea para o ministério pastoral. Além do mais, as mulheres têm o direito de serem consideradas pastoras do Reino de Deus e não somente de uma igreja local e o ingresso na Ordem facilita em muito esse processo.
As pastoras precisam estar reunidas em uma entidade também para garantir, pelo menos no que é possível, a qualidade do ministério pastoral feminino, assim como é feito com o ministério masculino. Por que temos que organizar outra Ordem se já temos uma? Alguns dizem que temos que fazer a ordem das pastoras. Por que? Temos organização de advogados e outra para advogadas, para médicos e outra para médicas e assim por diante? Na nossa denominação temos uma para músicos homens e outra para mulheres, ou para educadores e outra para educadoras? Não porque todos servem à igreja como um todo. Temos organizações segmentadas por sexo quando são direcionadas só para aquele sexo. Não é o caso das pastoras. Somos pastoras de toda a igreja, para homens e para mulheres. Se temos um órgão, para que organizar outro? Por que temos que fazer parte de conselhos indenominacionais se temos nossa própria ordem.
Todos somos chamados para a justiça e o líderes da OPBB deveriam estar na vanguarda de fazer valer a justiça. Deixar a discriminação e preconceitos de lado e buscar a justiça. E depois deixar com as igrejas. Cada uma delas decidirá se querem pastores do sexo masculino ou do sexo feminino, como tem que ser. Nenhuma igreja é obrigada a ter uma pastora. Mas essa não é uma decisão da OPBB. O papel da OPBB é receber as pastoras uma vez que elas também fazem parte da Denominação.

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