Auditório do I Encontro de Pastoras, realizado em Brasília, em janeiro de 2009 |
Na tentativa de nos demover da ideia do Encontro, um dos líderes da OPBB de então e alguns dos seus colaboradores começaram a repetir a frase de que "as pastoras deveriam entrar pela porta da frente", querendo dizer que as mulheres vocacionadas deveriam esperar a decisão da Ordem dos Pastores a respeito do ministério pastoral feminino para depois serem consagradas.
Foi um choque ouvir essa frase! Mas na mesma hora veio a convicção com base em todos os princípios bíblicos e também na Declaração Doutrinária da CBB: a igreja é e sempre será a porta da frente, não somente para as mulheres vocacionadas, mas para os homens também.
Outra visão do auditório do I Encontro |
O uso dessa frase coercitiva se deve, principalmente, à tentativa, ainda que inconsciente de alguns, de quererem a tutela do processo da consagração de mulheres batistas para o ministério pastoral. Quando comecei a lutar por esse motivo de uma forma mais direta em 2007, os pastores da OPBB e a liderança, de uma forma geral, queriam ainda discutir se concordavam ou não com "mulheres pastoras", se era bíblico na visão deles, para depois verem se elas seriam filiadas a Ordem.
Enquanto pensavam nisso, as pastoras estavam entrando pela porta da frente, que é a igreja. Muitas igrejas e pastores entenderam, perfeitamente, que a tutela é da igreja, dirigida pelo Espírito, quando reconheceram a vocação em mulheres e as consagraram. Por isso, quando a OPBB votou em 2014 a decisão de deixar que cada seção estadual/regional decidisse ou não pela filiação, já tínhamos quase 200 pastoras!
Silvia Nogueira, nossa primeira pastora consagrada em 1999, depois de da tentativa da primeira consagração, em 1976, em SP. |
A intimidação ficou ainda mais forte nas seções que votaram contra. Elas dizem para as igrejas que elas não podem ordenar pastoras porque a OPBB decidiu assim. Mas as igrejas podem continuar consagrando mulheres por todo o país, mesmo nas seções que votaram contra.
Com o advento da consagração feminina o processo de concílio e consagração ficou ainda mais "fiscalizado", isto é, na maioria da seções não é mais a igreja que promove o concílio, mas ela precisa pedir à seção ou subseção para fazer isso. Muitas vezes o concílio é realizado na sede da associação/convenção/OPBB e, depois que o candidato é examinado e aprovado, então a igreja faz o culto de consagração. Os membros da igreja muitas vezes nem podem participar do concilio! Com isso, criaram barreiras ainda maiores para a consagração de mulheres porque a igreja e sua liderança precisam enfrentar toda uma burocracia denominacional, considerada "sagrada" para consagrar uma mulher.
Além do mais, algumas seções querem proceder da seguinte
Pra. Zenilda Cintra, dirigindo o I Encontro |
O mais grave de tudo isso, na minha visão, é quererem estratificar as pastoras entre filiadas e não filiadas, outra estratégia recente de tutela, como se a decisão de se filiar dependesse única e exclusivamente da pastora e que fossem pastoras de fato somente as filiadas à OPBB. Todas são pastoras se uma igreja reconheceu as vocações e as consagrou!
Que o Senhor nos ajude nesses tempos difíceis e confusos. Que todos nós entendamos que é o Espírito quem nos conduz. Que a OPBB é apenas um órgão que tem o propósito de reunir aqueles que exercem o ministério pastoral nas igrejas. Que a OPBB tem o seu papel de primar pela qualidade do ministério pastoral e por isso tem o processo de filiação com inúmeras exigências que devem ser observadas por aqueles que pretendam filiar-se, inclusive as mulheres daquelas seções que AINDA não filiam pastoras.Que as igrejas entendam que elas têm a liberdade de consagrar homens e mulheres em qualquer lugar desse país. E que Deus tenha misericórdia de todos nós.
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