BLOG DA PASTORA ZENILDA


Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

COM QUE AUTORIDADE AS MULHERES FALAM NA IGREJA?


Pr. José Miguel M. Aguilera
(http://cartasaspastorasbatistas.blogspot.com/)

1ª.Co: 14: 34 as mulheres estejam caladas nas igrejas; pois não lhes é permitido falar, mas estejam em sujeição, como também diz a Lei. 35 Se, porém, querem aprender alguma coisa, perguntem-na em casa a seus maridos; porque é vergonhoso para uma mulher o falar na igreja.

Prezadas irmãs e colegas pastoras
Tem sido muito bom escrever estes post pois sou desafiado a estudar os textos bíblicos novamente.Descubro novas coisas, confirmo as conclusões anteriores, modificam-se outras. No entanto, nada me fez mudar a respeito do pastorado feminino. As práticas do culto, as culturais e sociais vão mudando e por isso devemos procurar nas Escrituras e especificamente no Novo Testamento como estas práticas são avaliadas pelo texto bíblico. Há situações que não foram cristalizadas ou encerradas num axioma eterno.Estas precisam serem estudadas sempre. Isso valoriza a palavra de Deus e ainda confirma que a Palavra é viva.
Temos agora outro texto que sobejamente é usado para orientar às mulheres a não exercerem um ministério público de ensino ou o ministério pastoral. Este texto paulino me faz lembrar o inicio da minha carreira cristã. Embora jovem, eu entendia, à luz deste texto que a mulher devia sempre estar calada. Mas como faz bem o estudo da palavra, pois foi o estudo da Palavra que me conduziu a entender o ministério feminino e especificamente o ministério pastoral. Entendi que este texto não me orientava a ser um repressor do ministério feminino e especificamente pastoral. Então vamos dar uma olhada neste texto. Esta análise será um pouco mais longa
Paulo orienta o culto na cidade de Corinto. Cidade cosmopolita, com suas diversas religiões de mistérios, diversos deuses, e o famoso templo no Acrocorinto onde as sacerdotisas sexuais praticavam os seus cultos. Por outro lado estavam a sinagoga judaica com a sua ordem de culto programada e pautada pelo rígido controle e ao mesmo tempo com os seus oficiais religiosos. Destes dois mundos religiosos a novel igreja cristã recebe os seus membros nascido de novo. Não se pode negar que esta igreja precisava de orientação litúrgica. A crise que os cristãos poderiam estar vivendo quando cultuavam. Cristãos convertidos e vindos das Religiões de mistério e outros das sinagogas. Numa religião a ênfase é o êxtase, as emoções, o descontrole, a desordem, gritaria. Na outra é o excesso de cuidados, a sistematização, silêncio
Destaquemos alguns pontos: Primeiro, o texto é uma orientação do culto de adoração e não de alguma hierarquia eclesiástica. Noutras palavras, o texto não trata a questão ministério pastoral feminino. É uma orientação para que a congregação saiba como se comportar no culto especialmente as mulheres casadas
Segundo, o texto não fala sobre pregação, ensino ou outro ministério especifico. Neste texto,Paulo não proíbe a participação da mulher no culto, pois em 11: 5 o mesmo orienta como a mulher deve “orar e profetizar”. O Léxico de Strong afirma que profetizar é ensinar, admoestar, repreender, consolar,, noutras palavras aquilo que toda pregação deve ter como alvo. Então é simples concluir que a mulher pode pregar/ensinar. Geralmente estas ações são tidas como parte da função pastoral
Terceiro, é necessário transpor o abismo cultural, pois a cultura na cidade de Corinto tem seus diferenciais. Entendemos por cultura o ‘ambiente artificial e secundário’ que o homem sobrepõe ao natural. Ela abrange a linguagem, hábitos, idéias, crenças, costumes, organização social, artefatos herdados, processos técnicos e valores. Assim toda cultura tem os seus traços divinos e diabólicos. Estes traços podem ajudar a espalhar ou impedir a pregação do evangelho e do Reino de Deus. No texto de Corinto está havendo a “regulamentação” do culto na Igreja de Corinto, pois havia um problema cultural
Imaginamos que os cristãos poderiam estar vivendo dificuldades quando cultuavam. Possivelmente na carta que a igreja enviou a Paulo, tenha pedido orientações para solucionar esta situação. Cristãos convertidos e vindos das religiões de mistério e outros das sinagogas. Numa religião a ênfase é o êxtase, as emoções, o descontrole, a desordem, gritaria. Na outra é o excesso de cuidados. As mulheres do Acrocorinto eram as sacerdotisas e comandavam a adoração. Na sinagoga o judeu orava agradecendo a Deus por não ter nascido mulher e os homens eram os que organizavam os rituais. Você pode imaginar as dificuldades no culto?
Agora se pode começar a entender a orientação de Paulo na igreja. A igreja cristã era influenciada fortemente pela sinagoga. A mesma seguia o modelo mais conhecido por Paulo que era da sinagoga. Foi de lá que vieram os primeiros convertido. Foi neste modelo que nasceram os cristãos gentios
A sinagoga dividia os adoradores por meio da mechitza. Estas divisões forneceram uma separação com o objetivo dos adoradores evitassem as muitas distrações possíveis. Era uma divisória que separava os adoradores por sexo e não se confundir nas orações fruto das distrações Acredita-se que o costume da separação entre sexos na sinagoga é derivado do culto no templo. A sinagoga tomando como base os ensinamentos da Torá, homens e mulheres não oram juntos. Isso se reporta à época do Templo Sagrado, quando havia seções separadas para homens e mulheres. Hoje é impossível encontrar uma mulher judia de formação ortodoxa que se recuse a orar com uma mechitzá, divisória. Já arriscou perguntar a um rabino qual é a verdadeira razão desta divisória? A resposta pode ser interessante. Este rabino dirá que as mulheres foram criadas com uma sensibilidade espiritualmente aguçada. Possuem um poder de concentração nato. E pasme: a mechitzá foi criada para os homens, não para as mulheres!. Segundo os rabinos as mulheres tiravam a concentração dos homens. Isso acontece até hoje http://www.artisansofthevalley.com/bi_rl_mechitza.shtml
A luz deste contexto cultural imagine as mulheres numa reunião (assembléia) cristã onde elas estavam separadas. Onde os “ eventos” do culto aconteciam exclusivamente entre os homens e elas agora com uma “ situação privilegiada” da liberdade desta nova comunidade, “ causam desordem” pois elas desejam aprender a respeito do que acontece na liturgia. É este desordem que Paulo precisa orientar. Realmente as mulheres faziam “desordem” pois queriam aprender e as perguntas eram feitas durante o culto. Por isso o texto afirma 14 34-"permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes permaneçam em submissão, como diz a Lei."35-"Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja."
Quarto, A qual Lei Paulo se está referindo? Está relacionada ao Gênesis? Mas ali a questão é marido e mulher como família e não como “ organização de culto”. E as mulheres solteiras ou viúvas? Porque não há uma orientação clara. A resposta simples – a cultura local vai responder. Siga-se o costume
Quinto, é possível que Paulo esteja aqui citando a carta que a igreja estava enviando a respeito de diversas questões. Veja que o texto diz “pois não lhes é permitido falar;” e não “ eu não permito que as mulheres falem”, como em outros textos de orientação prática. Além do mais o texto que diz pois não lhes é permitido falar; pode se referir a um tipo de “ tagarelice” e não ao ato de “ profetizar”, pregar ,ensinar. Quando Paulo trata esses “atos pastorais” o apóstolo usa as palavras tecnicamente já conhecidas. Entendemos que neste caso é um momento de desordem por parte das mulheres. Por estarem separadas dos seus maridos por causa da divisória. Elas queriam perguntar algumas coisas com relação ao que estava acontecendo veja que o texto diz: Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa. Eu imagino uma grande confusão no culto, tanto pelo alvoroço provocado pelos questionamentos das mulheres, e também não se pode esquecer que de outros tumultos fruto das “ manifestações carismáticas”. Basta ler o contexto do texto
Sexto, alguns afirmam e eu tenho visto que a mulher não pode ensinar na igreja e que esta deve estar calada em submissão ao seu marido e assim não pode falar na igreja. Embora que submissão ao marido não rouba o direito da mulher ensinar ou falar na igreja. Mas observemos que este texto de orientação litúrgica começa em 1a. Coríntios 11 mostra que a “mulher profetiza” (11:5). E ainda a orientação é que esta “profetiza” fale (14: 29 31). Pergunto, será que esta orientação que “falem dois ou três” é somente para homens. Se a mulher é profeta, é lógico que pode falar. E o texto ainda amplia o ministério da mulher, pois o profeta tem a autoridade de julgar a profecia (14:29). Então cabe perguntar: A profetiza pode “julgar” o profeta? . Noutras palavras aquele que emite um juízo tem “autoridade” sobre o profeta?
Concluindo, então a barreira do silêncio feminino na igreja está derrubada. A mulher como profeta pode trazer “a vontade de Deus” para o Seu povo e aqueles que devem ouvir são homens e mulheres. O preconceito não pode limitar os dons espirituais e habilitações divinas entregues as irmãs. Por isso diante da caminhada cristã a igreja cumpre o seu papel de reconhecer os “dons e ministérios”que o Senhor da Igreja deu a Sua igreja independente de gênero.
Na caminhada cristã e ministerial das colegas pastoras haverão sempre barreiras que são derrubadas. Isso é sinal de sucesso.
A graça do Senhor seja sobre os nossos ministérios. Abraços do seu colega e amigo

2 comentários:

  1. Gostei muito do se blog!

    Deus abençoe!

    No amor de Cristo,

    Fernanda

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  2. Ola Pra. Zenilda!

    Graça e Paz!

    Vim conhecer seu espaço digital. Bom posts! A internet é um espaço precioso onde podemos falar de Jesus e discutir diferentes pontos de vista!

    Aproveitando, faço uma apresentação do meu blog:

    O “Evangelho da Graça para Todos” é um blog cristão onde pessoas têm encontrado direção, edificação, cura, orientação, mediante ao Evangelho da Graça e a Graça do Evangelho.

    No “Evangelho da Graça para Todos”, tudo o que foi ênfase para Jesus o é para nós, e nada do que não foi ênfase para Ele também não o é para nós. Portanto, enfatizamos a Graça e o Amor.

    A Graça, porque nosso objetivo é de conceber gente convidando-as a, de pequena semente, se tornarem grandes e generosas árvores que a todos acolhe; é a “Casa do Pai” para os filhos Pródigos e também para os Irmãos Mais Velhos que se alegrarem com a Graça do perdão; é um ambiente espiritual no qual até o “administrador infiel” possa se consertar, e, assim, tentar fazer o melhor do que restou.

    E Amor, porque compreendemos que nada se aproveita sem amor! Discernindo sempre como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar...

    No Evangelho da Graça para Todos você encontrará mensagens em vídeo, artigos, devocionais, cartas respondidas, materiais para inspiração, etc.

    Aguardo sua visita. Vamos nos seguir!

    Abraços em Cristo e Paz!

    Pr. Ronald Lima

    http://www.pastorronaldlima.blogspot.com/

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